Impactos do aquecimento global no Brasil

Temperaturas na década de 1880 e 1980, comparadas à média no período entre 1951 e 1980. O interior do Brasil não tem muitos dados disponíveis no século XIX, gerando mais incerteza, mas nas áreas cobertas por medições as diferenças são bem visíveis. O gráfico é um recorte de uma estimativa global produzida pela NASA.

Os impactos do aquecimento global no Brasil referem-se aos efeitos em vários domínios da vida humana e silvestre brasileira decorrentes das mudanças climáticas já observadas e das projetadas para ocorrer futuramente a partir de vários cenários de possibilidade estabelecidos pela ciência.

O aquecimento global é provavelmente o maior desafio ambiental que o mundo hoje enfrenta, tendo vastas repercussões sobre toda a biosfera, onde se inclui o homem. Vários estudos internacionais vêm enfocando o Brasil com especial interesse, em vista da importância dos seus ecossistemas no equilíbrio do clima mundial e no suprimento de inúmeros serviços ambientais de importância vital para os seres humanos. Em geral, esses estudos, que têm horizonte de até cem anos, apontam para impactos em larga escala em múltiplos níveis.

Vários efeitos já se verificam de maneira importante, entre eles erosão costeira e secas e inundações intensificadas, que devem piorar ao longo do século XXI se as tendências continuarem no rumo em que estão hoje. Algum agravamento dos impactos já observados é considerado inevitável devido a mecanismos que foram desencadeados e que não podem ser impedidos, mas os cientistas acreditam que ainda é possível evitar a situação de risco maior, desde que sejam tomadas medidas amplas e rápidas nesta direção, caso contrário a oportunidade pode ser perdida. Os governos do mundo em geral trabalham para evitar uma elevação das temperaturas acima de 2 °C ao longo do século XXI, considerada o máximo tolerável para que uma catástrofe global não se concretize, mas a maioria dos cientistas pensa que a elevação será ainda maior, chegando a 4 °C, em vista da lentidão da resposta mundial a este desafio. Se isso ocorrer, os impactos do aquecimento se somarão em cascata, evoluindo para uma dimensão de catástrofe global, com efeitos negativos vastos e irreversíveis, comprometendo seriamente a sobrevivência da civilização e do mundo natural como os conhecemos. No entanto, segundo as melhores avaliações disponíveis, o custo do seu enfrentamento e mitigação é muitíssimo menor do que a recuperação dos danos decorrentes da incredulidade ou da apatia neste momento, que é crítico para a definição do futuro de dezenas de gerações que vierem daqui para a frente.

O Brasil é signatário do Protocolo de Kyoto, o mais importante acordo multilateral para combate ao aquecimento, bem como acompanha a evolução dos debates e das pesquisas internacionais, além de desenvolver uma política climática própria e apoiar muitos pesquisadores nacionais envolvidos com o assunto. Em 2013 foi publicada a primeira grande síntese sobre o clima e seus efeitos produzida a partir de modelos climáticos criados no Brasil e a ele especificamente voltados, dando novos e sólidos subsídios para a criação e implementação das necessárias políticas públicas adaptadas às realidades locais. Em vários aspectos o país mostra avanços nos últimos anos, mas em muitos outros surgem retrocessos, e o atual governo tem recebido enorme quantidade de críticas sobre seus objetivos e seu desempenho na questão ambiental.


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